Hoje (22) lembramos, com saudades, 39 anos de sua morte.
José Alves Pessoa, ou popularmente TENENTE PESSOA, nasceu em
Pirangui do Sul, Rio Grande do Norte, em 20 de março de 1903, e faleceu em
Macapá, em 22 de outubro de 1979, filho de Antônio Paulo da Silva Pessoa e D.
Luíza Alves Pessoa. Casou com Valentina Costa Pessoa e dessa união nasceram os
filhos José Ribamar, Luiz Carlos, Luiza Maria e Tânia Mercedes. Criado na
cidade de Recife-PE, tornou-se escoteiro em 1919 e nessa atividade comandou uma
Patrulha de Escoteiros que, em propaganda pela instituição criada por Baden
Powell, realizou o raid pedestre Natal-Rio-São Paulo em 1932, comemorando o
primeiro centenário da Independência. Por esse feito foi considerado pela
entidade máxima do escotismo no Brasil e homenageado pelos governos de São
Paulo e Rio Grande do Norte, tendo seu nome gravado numa placa-monumento
colocada em uma das praças de Natal e os documentos e troféus desse raid,
recolhidos ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Apresentou-se ao Exército no ano de 1923 e fez o curso da
Escola de Sargentos de Infantaria. Sua atuação foi intensa: combateu a Coluna
Prestes em 1926; tomou parte na Revolução de 1930, em Recife, sendo
comissionado no posto de Segundo-Tenente pelo General Juarez Távora; participou
da Revolução Constitucionalista de São Paulo, em 1932; teve uma rápida passagem
por Fernando de Noronha; em março de 1935 foi comandar o Pelotão de Fronteiras
em Tabatinga, na fronteira Amazonas-Colômbia, onde passou dois anos, recebendo
elogio do General Cândido Rondon.
Foi homenageado pela
Guarnição Peruana de Ramon Castilla em 1936; serviu no 27º Batalhão de
Caçadores em Manaus - AM, em1937; na Companhia de Fronteiras de Porto Velho-RO,
em 1938; comandou o pelotão do Forte do Príncipe da Beira na Fronteira com a
Bolívia, em1938; serviu no 24 BC em São Luís- MA, onde cursou até o 2º ano de
Direito na Universidade do Maranhão, no período de 1939 a 1941; transferido
para o Quartel General da 8: Região em Belém-PA, no ano de 1941; no ano de 1942
foi transferido para o 3º Batalhão de Fronteiras em Clevelândia, no Oiapoque e
em 1944 foi reformado como Primeiro-Tenente R-1.
Chegou a Macapá no ano de 1947, a convite do Governador do
Território, onde se casou, teve filhos e se radicou. Iniciou suas atividades no
Serviço de Administração Geral; nomeado Diretor do Tiro de Guerra 130; nomeado
pelo Presidente da República Representante das Forças Armadas no COAB no Amapá;
nomeado Delegado do SE SI, o primeiro de Macapá, permanecendo nessa função 4
anos; Superintendente do Abastecimento do TFA. Quando rebentou a revolução de
março de 1964, não concordou com seus companheiros militares e foi demitido do
Exército brasileiro.
Anistiado em 1979,
continuou na sua trajetória cívica, prestando serviços à maçonaria iniciado
desde 16 de julho de 1934. Participou da fundação das Lojas "Duque de
Caxias" e "Acácia do Norte", ambas em Macapá, das quais foi
venerável, membro do capítulo Rosa Cruz "Cosmopolita"; membro Honorário
da "Conciliação Amapaense", Gerente de Amizade da Loja
"Realidade 21"; Detentor da Comenda "Apolinário Moreira"
dos 50 anos da loja do Pará e Medalha de ouro, trigésimo aniversário da
"Duque de Caxias".
Sua participação escoteira no Amapá se destacou na grande
caminhada do Oiapoque ao Chuí, em comemoração ao sesquicentenário da
independência, percorrendo em 8meses e 16 dias 6.170 quilômetros, trajando a
farda de escoteiro e portando a bandeira nacional.
Como esportista, foi campeão de natação em Natal; atravessou
a baía da Guanabara em 1922; diretor do Clube Rio Negro em Manaus; diretor de
Esportes do Maranhâo Atlético Clube; Presidente da Federação de Desportos do
Amapá; de tênis de mesa e do Esporte Clube Macapá. De repente o escoteiro, o
militar, o maçon, o desportista e o idealista José Alves Pessoa faleceu no dia
22 de outubro de 1979, sem se despedir de ninguém, deixando saudades para seus
familiares e a admiração daqueles que o conheceram.