sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Memória: GABRIEL DE ALMEIDA CAFÉ (1921-1960)

          

          
Se estivesse vivo, faria hoje (16/11/2018) 97 anos. O professor  Gabriel Café nasceu em Fortaleza-CE, em 16 de novembro de 1921, e faleceu em São Paulo-SP, em 6 de outubro de 1960. Veio para Macapá a convite do então Capitão Janary Gentil Nunes, ingressando no magistério amapaense, identificando-se perfeitamente com os mestres e estudantes de Macapá. Iniciou sua jornada como docente no Colégio Amapaense onde chegou a assumir a função de Diretor. Foi um dos fundadores do Grêmio Literário e Cívico Rui Barbosa, participando dos trabalhos de construção de sua sede própria que, depois de ser ocupada pelo Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foi retomada pelo Governador Jorge Nova da Costa, devolvida ao Grêmio, mas depois abandonada pela nova geração que não queria mais saber de Grêmios Literários, e o Governo do Estado mandou demolir e cercar a área, até hoje.

Gabriel Café ou Professor Café estava ao lado dos pioneiros que fundaram a Escola Técnica de Comércio do Amapá, depois Colégio Comercial do Amapá, e hoje Escola Estadual Gabriel Café. Ele fez parte da primeira diretoria. Como professor, lecionou Desenho,Matemática, História Geral e do Brasil no Colégio Amapaense e Matemática Comercial na Escola Técnica de Comércio do Amapá, atual Escola Estadual "Gabriel de Almeida Café", em sua homenagem. Era maçom e radialista, produzia e apresentava com . Diógenes Gonçalves da Silva, ilustre médico de Macapá, já falecido, o programa "Confraternização" pela Rádio Difusora de Macapá das 9:00 às 10:00 h., antes do "Clube do Guri", aos domingos. Como radialista chegou a narrar jogos de futebol pelo campeonato da cidade, da Praça da Matriz (Veiga Cabral) e do Estádio Glicério Marques. Formou vibrante trio de locutores com Agostinho Souza e Marcílio Filgueiras Viana. Deixou Macapá para residir em São Paulo, mas continuou a exercer o magistério.

Faleceu na Capital Paulista, em 1960, com  apenas 39 anos de idade, vítima de problemas cardíacos. Uma das características mais fortes de Gabriel Café era sua maneira de falar: rápido, objetivo e, acima de tudo, sincero. Como maçom e humanitário, ajudava as pessoas necessitadas. Seu programa "Confraternização", na Rádio Difusora de Macapá, era filantrópico e de orientação geral. Residiu algum tempo nas instalações da Loja Maçônica Duque de Caxias, onde funcionou um Curso de Admissão ao Ginásio, mantido pela referida instituição.



Referência: BARBOSA, Coaracy, PERSONAGENS ILUSTRES DO AMAPÁ, volume 1, Macapá, 1999.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

INTENDÊNCIA DE MACAPÁ, O TERCEIRO MONUMENTO MAIS ANTIGO




          O antigo prédio é uma construção do final do século XIX. Foi inaugurado em 15 de novembro de 1895, na administração do intendente Coriolano Jucá, para funcionar a Intendência de Macapá. Com influência neoclássica, este estilo arquitetônico tornou-se de grande importância durante o período do Império, com afirmação na Independência.

           A partir de 1932, com troca das intendências pelo sistema de prefeituras, foi também sede da primeira prefeitura de Macapá, e posteriormente sede da secretaria de Obras Publicas, Segurança Pública e Defensoria Pública. Já abrigou o Museu Joaquim Caetano da Silva.Atualmente está em reformas para abrigar o Arquivo Público Estadual.

                No prédio da Intendência foi realizada a seção de instalação do Governo do Território Federal do Amapá, a 25 de janeiro de 1944. O governador Janary Nunes dividiu os espaços do nosso terceiro mais antigo monumento com os perfeitos Eliezer Levy, Odilardo Silva, Jacy Barata Jucá, José Serra e Silva, Edilson Borges de Oliveira, Claudomiro de Moraes e Heitor de Azevedo Picanço.

                Quando Janary passou a ocupar o prédio do Posto Médico e da Farmácia, erguidos onde hoje se encontra a Biblioteca Pública, os prefeitos ocuparam exclusivamente as dependências da Intendência. Em 1967, a Prefeitura instalou-se na Casa Maternal, atual Escola Estadual Emilio Médici. Desde 1969, a administração municipal encontra-se instalada no Palácio Laurindo Banha, na Avenida FAB, em frente à Primeira Igreja Batista de Macapá.

                A Intendência abrigou diversos órgãos públicos até ser destinada ao Museu Joaquim Caetano da Silva, em 16 de novembro de 1990. É patrimônio histórico, cultural e arquitetônico regional e volta a ser visitada como sede oficial de uma instituição que promove a valorização da identidade amapaense.

PINSONIA, O 1º JORNAL A CIRCULAR EM MACAPÁ




          Em 15 de novembro de 1895 é lançado o jornal Pinsonia, iniciativa do intelectual macapaense Joaquim Francisco de Mendonça Junior, e do comerciante José Antonio Siqueira (José Antonio de Cerqueira). Mendonça Junior já era conhecido dos paraenses pelos seus poemas, pelo pseudônimo de Múcio Javrot. Unindo-se a José Antonio Siqueira, eles conseguiram um feito inédito: lançar um jornal de periodicidade semanal, tipo tablóide, cuja tipografia, fabricada na Alemanha, se instalou primeiramente em Belém.
            Em 14 de julho de 1897 o Pinsonia passa a ser impresso em Macapá, com a transferência de seu maquinário. Hoje só resta uma peça desse maquinário: o cutelo, que está exposto em frente à Biblioteca Pública Estadual.
            A periodicidade era semanal, com tiragem média de 500 exemplares. A linha editorial, apesar de particular, tinha certa ligação com o governo republicano do Para. Atualmente ele está inativo. Sua última edição circulou em 1º de setembro de 1899.
            O nome Pinsonia se deu em homenagem a Vicente Yanez Pinzón, um dos primeiros navegadores a andar pela região setentrional do Brasil, atingindo o Oiapoque, bem antes de Pedro Álvares Cabral.

Personalidade: MENDONÇA FURTADO (1700 - 1769)



Estadista e fundador de Macapá, Francisco Xavier de Mendonça furtado nasceu em Lisboa em 3 de março de 1700, e faleceu também em Lisboa em 15 de novembro de 1769. Em 24 de setembro de 1751 toma posse no governo da Provincia do Pará, governando até 2 de março de 1759. Constava no ato de  nomeação, entre outras coisas, a povoação das missões do Cabo do Norte; a defesa da região frente às ameaças dos franceses e holandeses, a entrega das aldeias do Cabo do Norte aos jesuitas, e o exame e reparo das fortificações, especialmente as da Costa Norte de Macapá.

Em 4 de dezembro de 1751, em carta endereçada ao chanceler do reino português, Luís da Cunha Ataíde, Mendonça Furtado comenta a dificuldade do transporte disponivel aos povoadores da nova povoação de Macapá, no Cabo do Norte. Declara só ter podido mandar 234 pessoas. “Já mandei um clérigo, a quem aqueles novos moradores chama vigário... Não me pareceu que nada estava primeiro que povoar do que Macapá, porque temos ali mais vizinhos... e em saindo a frota vou logo fundar a nova Povoação de São José de Macapá, se Sua Majestade for servido que assim se chame...” (Sarney, Amapá Terra onde o Brasil começa; Senado Federal, 1999, página 116).

            Em 18 de dezembro de 1751 Furtado passa instruções ao capitão-mor João Batista de Oliveira para os trabalhos preliminares de elevação de Macapá à categoria de vila. Parte importante das instruções é relativa aos contatos que estavam proibidos com os franceses de Ceyenne. Em 19 de dezembro, por autorização de Mendoça Furtado, saem de Belém, para povoar Macapá, ao comando do captião-mor João Batista Oliveira, 302 açorianos e dezenas de soldados. Em 25 de janeiro de 1752, Furtado comunica ao rei de Portugal as providências que foram tomadas com relação aos trabalhos de fortificação de Macapá (Baena, Antonio. Compêndio...). Em 6 de março chega o governador a Macapá e fica espantado com o quadro de miséria. O médio que o acompanha, em pouco tempo consegue, felizmente, vencer as moléstias que atingiam os colonos açorianos.

            Em 17 de janeiro de 1754, visita novamente o então povoado de Macapá e ordena a construção de quartéis e de uma vala para abrigo das canoas expostas à fúria das águas amazônicas. Desta vez, ao comando da viagem que fez em 7 de março de 1753, tem uma boa impressão de Macapá, que no oficio enviado a Pombal, seu irmão e ministro do rei D. José I diz: “Aquelas terras de Macapá lembram as vilas de Cintra e Colares, no termo de Lisboa” (Baena, Antonio; Compêndio das Eras da Província do Pará...).

Em 18 de janeiro propõe ao rei a criação de uma Companhia de Comercio com o dinheiro e influência dos comerciantes do Pará e Maranhão, conseguindo juntar apenas a importância de 30 mil cruzados, tidos como insuficientes para a empresa de tal monta. Teve, daí em diante, de enfrentar a poderosa reação dos Regulares da Companhia de Jesus, que viam na referida empresa, tornada realidade em 7 de junho de 1755, com o apoio qu elhe deu o marques de Pombal e o dinheiro dos comerciantes das praças de Lisboa e do Porto, obstáculos  ao comercio que mantinham no Pará.

Em 1º de fevereiro de 1754 escreve ao rei português pedindo providências para a construção da futura Igreja de São José de Macapá cuja conclusão se deu em 6 de março de 1761. Promove a criação da Capitania do Rio Negro, de acordo com a Carta Régia de 3 de março de 1755 e estabeleceu os limites do Pará e Amazonas, assunto controvertido pelas duas partes interessadas.

            Segundo Matos Siqueira, um dos biógrafos mais completos de Mendonça Furtado, naquela época todos os moradores de Belém, sem distinção de cargos, faziam mercado com os indios, escravizando-os. Disse mais: “As dilapidações à Fazenda Real, as extrações ao particular, o assalto à propriedade alheia, eram as proezas comuns dos portugueses. As queixas do Maranhão chegavam constantemente ao Tribunal do Conselho Ultramarino, que mais os fazia soar aos ouvidos reais”.

Continua Siqueira: “Pombal, que entregara a catequese dos indios aos capuchos italianos, afirmou defender a honra e a liberdade dos indios; fixou a jurisdição de governadores, capitães e ministros; proibiu a escandalosa venda dos oficios em hasta publica de que até havia na metrópole corretores oficiais; prendeu, destituiu, multou, desterrou, tudo, porém, exageradamente, como era do seu feitio. No Pará havia o terror. Furtado, executor do plano do irmão, que lhe emprestara, assim, um dos seus pulsos de ferro, escrevia ao seu irmão constantemente, pondo-o ao fato dos mais miudos pormenores de seu governo” (Rocque, Carlos. Enciclopédia da Amazônia... pág. 791).


            Em 1º de fevereiro de 1757 aporta pela terceira vez em Macapá. Nesse mesmo ano dá execução à Pastoral do Bispo, estabelecendo a liberdade dos indios. Transformou em vila as aldeias missionadas pelos religiosos, assim como as militares, como aconteceu com Macapá, em 4 de fevereiro de 1758. Estabeleceu, de acordo com a Provisão de 2 de fevereiro de 1758, por ser o Rio Gurupi – a linha divisória da Provincia Eclesiástica do Pará, principiando a do Maranhão na margem direita oriental do rio, e da margem fronteira à do Pará.     
   
       Em 1766 está em Portugal, como secretário de Estado do Reino. Como secretário, facilitou o envio das peças de artilharia para a Fortaleza de São José de Macapá. Faleceu em 1769, em Lisboa, aos 69 anos. A primeira rua de Macapá, antes chamada Boulevard de Macapá, recebe seu nome a partir de 1945, por ato do governador Janary Nunes, como homenagem.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Personagens: GENERAL AZEVEDO COSTA (1871 - 1953)



O nome AZEVEDO COSTA a uma das escolas do bairro do Laguinho,
em  Macapá, é uma homenagem ao herói nacional nascido em Macapá

            
Militar macapaense, considerado herói nacional, JOÃO ÁLVARES DE AZEVEDO COSTA nasceu em Macapá, quando esta cidade pertencia ao Estado do Pará, em 14 de novembro de 1871, e faleceu  no Rio de Janeiro-RJ, em 17 de janeiro de 1953. Demonstrou desde cedo o desejo de percorrer o Brasil, conhecer outros lutares, pessoas novas. Viaja para o Rio de Janeiro e senta praça no Exército em 1 de março de 1889, como aluno da Escola Militar.  Foi testemunha ocular da Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro do mesmo ano, um dia depois de ter completado 18 anos de idade.

            Nessa época Azevedo Costa fazia parte da guarda pessoal  do marechal Deodoro da Fonseca. Sob a influência desse marechal, que proclamou a República do Brasil, bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas e Engenharia na Escola Militar. Em 1894 é promovido a Alferes. Em 1903 é designado para manter entendimentos com os chefes militares bolivianos sobre a questão de limites com o Acre, cumprindo a missão com brilhantismo, decorrendo dessas negociações a assinatura do Tratado de Petrópolis.

            Visitou a capital boliviana La Paz como representante das Forças Armadas brasileiras estacionadas no Acre. Sua ação como mediador foi tão importante que mereceu elogios do diplomata brasileiro José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Nomeado membro da Comissão de Limites, levantou a topografia da zona fortificada do norte do Brasil, ocasião em que foi designado para o comando da Fortaleza de São José de Macapá.

            Nessa ocasião, ao ver o abandono em que se encontrava sua terra natal, teve a mesma reação do médico e jornalista macapaense Alexandre Vaz Tavares. Convocou os jornalistas José Antonio de Cerqueira (Siqueira), Joaquim Francisco de Mendonça Júnior, o manjor José Serafim Gomes Coelho, o coronel José Coriolano Jucá e outros amapaenses importantes para se juntarem nos trabalhos de recuperação da cidade, começando com o apoio para fundação do jornal Pinsonia.

            Retornando para o Rio de Janeiro, acompanhou as lutas políticas dos presidentes Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás e Delfim Moreira dentro do quartel. No governo de Epitácio Pessoa, houve o movimento denominado Tenentismo, dos oficiais das Forças Armadas, em 5 de julho de 1922, com o levante do Forte de Copacabana. Deu-se, posteriormente, a rebelião de 1924, no governo do presidente Arthur Bernardes e, logo em seguida, a Coluna Prestes. Com o presidente Washington Luiz veio a CGT sobre a influência do Partido Comunista Brasileiro, levantando os trabalhadores e criando os sindicatos, gerando a Revolução de 1930, a era Vargas, o golpe do Estado Novo e a Constituição de 1937. Ele vivenciou todo esse período de mudanças para o país.

Aplaudiu, em 1943, como macapaense, a criação do Território Federal do Amapá e a nomeação de seu amigo e colega de farde Janary Gentil Nunes,  e declarou à imprensa ‘” O Amapa´está bem servido com o meu jovem Tenente”.

O coroamento da sua vida foi a promoção a General-de-Exército, colocada em seu peito pelo presidente Getúlio Vargas. Após o ato  solene declarou:  “Agora poderei partir a qualquer momento para a posteridade; recebi de volta a recompensa que me era devida pela carteza do dever cumprido”.

Faleceu aos 82 anos. Em homenagem, o governador Janary Nunes o homenageou, dando seu nome ao então Grupo Escolar, no bairro do Laguinho, denominado Geupo Escolar General Azevedo Costa.

sábado, 10 de novembro de 2018

Personagem: RAIMUNDO PANTOJA LOBO (1930 a 2016)





            Professor e escritor, RAIMUNDO PANTOJA LOBO, ou carinhosamente PROFESSOR LOBO, nasceu em Aporema (Tartarugalzinho) em 10 de novembro de 1930; faleceu em Macapá, em  24 de dezembro de 2016. filho de Lauro de Sousa Lobo e Rosa de Lima Pantoja Lobo. Aprendeu a ler e escrever a partir dos 18 anos,  na Escola de Iniciação Agrícola da Base Aérea do Amapá, em 1948. Em 1954 concluiu o 1º. grau (atual fundamental) na Escola Normal de Macapá (depois IETA – Instituto de Educação do Territorio do Amapá, hoje extinto). Em 1968, o Ministério da Educação e Cultura conferiu-lhe o certificado de Professor, função que ele exerceu no Colégio  Amapaense, dando aulas de língua portuguesa, até o ano de 1987, quando foi aposentado.

O professor Lobo sempre se identificou como um autodidata, estudando  e pesquisando sobre nossa língua, o que o tornou famoso. Paralelo a esse estudo, dedicou-se também a observar a Natureza e a descrever seus fenômenos, resultando na obra Respingo de Ecologia. Foi sempre consultado por alunos, professores, advogados, escritores e todos aqueles que precisavam de uma explicação sobre o correto uso da língua portuguesa.
Casou com Josefa de Lima Lobo, formando uma família de cinco filhos. O mestre nos deixou numa véspera de Natal de 2016, para sua viagem definitiva, mas deixou uma vasta lição de conhecimentos... e saudades.

Nesta imagem acima, um ano antes de sua morte, ele recebe uma 
visita do seu colega professor José Aldeobaldo Andrade

MARABAIXO: MAIS RESPEITO À NOSSA CULTURA

Mestres Julião Rams e Raimundo Ladislau O Marabaixo atualmente é a maior expressão cultural do nosso Estado, e em especial de nossa c...