sábado, 29 de setembro de 2018

CÍCERO BORDALO (1930-2012)



Se estivesse vivo, faria hoje (29) 88 anos. Advogado paraense com muitos anos de serviços ao Amapá, desde a fase de Território Federal, CÍCERO BORGES BORDALO  nasceu em Curralinho-PA, em 29 de setembro de 1930, e faleceu e faleceu em Belém-PA, em 14 de outubro de 2012. Filho de Francisco Maria Bordalo. Bacharelou-se em Direito em Belém-PA, pela tradicional Faculdade de Direito do Estado do Pará, em 1955.

Nesse mesmo ano foi destacado para Breves-PA, nomeado para o cargo de promotor público naquela comarca do Arquipélago de Marajó, por indicação do deputado José Neves Alacid Ramos, um amigo da faculdade. De  Breves foi para Curuçá, ainda no Pará, permanecendo por três meses. Volta a Belém-PA, estabelecendo-se num escritório localizado na Rua Leão XIII, sem ter muito sucesso.

Por influência do pai, muito amigo do coronel Janary Nunes, então governador do Território do Amapá, viaja a Macapá em 4 de agosto de 1957. Chegando na capital do Amapá, é logo nomeado pelo governador Amilcar Pereira, diretor da Divisão de Segurança Pública.  No governo de Pauxy Nunes desempenhou o cargo de assessor jurídico do Território. Depois disso, passa a se dedicar de corpo e alma à advocacia da população.

Abre seu primeiro escritório na Rua Candido Mendes, e volta, por indicação direta do governador Pauxy Nunes, para a direção da Divisão de Segurança e Guarda, substituindo temporariamente o coronel Luiz Ribeiro de Almeida. Tendo problemas ideológicos com o Governo, resolve se filiar ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), a convite do também advogado Dalton Cordeiro de Lima, primeiro presidente da OAB Amapá, participando de vários congressos. Aliando-se aos sindicatos de trabalhadores, o PTB no Amapá passou a se defrontar com o coronel Janary Nunes que à época foi candidato a deputado federal.

Dalton venceu também, mas não levou porque foi boicotado nas urnas por Vicente Portugal Júnior, a mando do governante da época. Naqueles tempos não havia muita confiabilidade na lisura de um sufrágio eleitoral, pois havia sempre uma ligeira e velada proteção a todos os membros que tinham fidelidades ao presidente e ao governante territorial, que se candidatassem a cargo público, sob a batuta de uma enigmática “mística”.

A partir de 1964, com a tomada do Poder pelos militares, Cicero Bordalo passou a lutar contra a perseguição politica no Amapá e foi o único a ter coragem moral e profissional para defender o preso de nome  José Barbosa Brito, o Aracati. “Em um júri memorável que foi o trampolim da minha carreira e glória profissional, eu obtive  vitória estrondosa, isto em plena ditadura militar, onde não eram respeitados os direitos humanos”, recordou, em vida, a este pesquisador. Na época ele criticou o secretário de Segurança Pública Roberto Sousa, chamando-o de esclerosado, epilético e doente, porque o mesmo mandou prender cidadãos inocentes, acusando-os de corrupção e subversão. Assim, o dr. Cicero passou a ser o defensor preferido dos presos políticos do Amapá, violentamente perseguido nos anos de chumbo por vários governadores, como o general Luiz Mendes da Silva.

Como advogado, Cicero atingiu todos os estágios que um profissional pode alcançar:  nos juízos de 1º e 2º graus e até os que precisavam da arbitragem do Supremo Tribunal Federal (STF). Por duas vezes concorreu para a presidência da OAB-AP. Atuou com desenvoltura como criminalista, durante vários anos e, nesta área, aprendeu bastante com o “mestre” Jarbas Amorim Cavalcante, considerando-o seu pai espiritual e doutrinário.  Atuou varias vezes como orador de Tribunais de Juri. Sua desenvoltura nos discursos e facilidade erudita vêm desde os 16 anos, quando já fazia saudações, em nome dos colegas alunos, aos mestres.

Enfrentou inúmeras batalhas nos tribunais. Seu maior influenciador na vida politica e social foi o ex-presidente norte-americano Abrahan Lincoln, que foi patrono de seu escritório. Seus poetas preferidos no Amapá foram Álvaro da Cunha e Ivo Torres, que eram seus contemporâneos e amigos. Sua devotada vida ao Direito e à defesa do Cidadão, e sempre com um sorriso permanente, influenciaram os filhos na arte e na ciência do Direito, entre eles os mais velhos Cícero Bordalo Júnior e Fabíola Bordalo, filhos do primeiro casamento, com a professora e radialista Creusa Souza Bordalo. Em segundas núpcias,  com Nilza Bordalo, teve outros filhos, não menos famosos, como Carla Patricia, Paulo de Tarso e Charles Bordalo.

Era um dos advogados mais sérios e pró-ativos do Amapá, participando do movimento que instalou a secção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Macapá, ainda na época do Território Federal do Amapá e foi também conselheiro federal. Seu escritório de advocacia, um dos mais requisitados do Estado, mudou de endereço e passou a funcionar, por muitos anos, nos altos do antigo Elite Bar, depois Gato Azul, no centro da cidade. Na época, a sua biblioteca era a mais completa da cidade, na especialidade de Filosofia e Ciência Jurídica.

Após várias décadas de dedicação exclusiva à defesa dos cidadãos, a alma de Cicero Bordalo finalmente descansa, aos 82 anos, deixando toda uma geração de novos advogados entristecidos pela sua viagem sem volta num descanso merecido, assim como deixou enlutada, até hoje, sua família, e em especial seu filho Cicero Junior, que segue, célere, os ensinamentos de seu pai, seu guru e seu mestre, a exemplo dos outros filhos Patricia e Charles, que também escolheram os caminhos da defesa dos cidadãos.



quinta-feira, 27 de setembro de 2018

JÚLIO PEREIRA


SE ESTIVESSE VIVO, FARIA 64 ANOS.


Seu nome completo era JÚLIO MARIA PINTO PEREIRA, que ficou mais conhecido como JULIO PEREIRA, muito querido pela população de Macapá. Nasceu em Macapá, em 21 de setembro de 1954, e faleceu em Macapá, em 24 de julho de 1994. Filho do casal de empreendedores Otaciano Bento Pereira e Irene Pinto Pereira. Estudou na Escola Paroquial São José e no Ginásio de Macapá. Estudou Direito no CEAP, mas parou no terceiro ano. Com 22 anos candidatou-se a vereador pelo Municipio de Macapá e foi eleito, chegando a presidente da Câmara Municipal, de 1982 a 1984.



Em 1987 foi ao Rio de Janeiro para articular com o politico Leonel Brizola, resultando na fundação, em Macapá, do PDT (Partido Democrático Trabalhista). Também deve-se a ele a criação do JORNAL DO DIA, o primeiro Diario do Amapá, em 1987.



A vida de Júlio Pereira foi meteórica aqui no planeta. Faleceu aos 40 anos, bem jovem mesmo, mas deixou uma série de realizações e sonhos a realizar. A classe de taxistas tem, em Julio Pereira, a conquista de um grande tributo, que foi a criação do 13ª Salário (uso da bandeira 2 no mês de dezembro de cada ano).

Aos poucas a comunidade percebe que o grande legado politico e empreendedor de Julio Pereira está sendo continuado pela sua filha Juline Pereira, conhecida por Juli, e que continuará a carreira politica do pai.



ARTHUR NERY MARINHO


SE ESTIVESSE VIVO, FARIA HOJE (27/09) 95 ANOS.


Autodidata paraense, no Amapá desde 1946, Arthur Nery Marinho nasceu em 23 de setembro de 1923, em Chaves (Pará). Faleceu em 24 de março de 2003. Filho de Waldemar da Silva Marinho e Raimunda Nery Marinho. Estudou o primário em sua terra natal (1941 a 1944) e o ginásio em Macapá, no Colegio Amapaense (1946 – 1950). Ingressou no quadro de funcionários do Governo do Amapá a partir de 16 de abril de 1946, na função de escriturário mensalista, lotado na Divisão de Obras. A partir desse ano até 1987, exerce várias funções no Governo do Amapá, aposentando-se a partir desse ano.

            Casa-se com Marialva Braga Marinho, e é pai de Rosaura, Mariangela e Luciangela, no primeiro casamento. Falecida a primeira esposa, casa-se com Idalgina Nunes, do qual nascem os filhos Teócrito Tibiriçá, Demócrito Tupiaçu, Agildo Iberê e Indiara Patricia. No jornalismo trabalhou nos jornais Amapá, Revista do Amapá, Revista Rumo, Jornal Marco Zero, Jornal A Voz Catolica, além de outros.

O poeta Arthur Nery Marinho faz parte da primeira geração dos poetas modernos do Amapá.. Ao lado de Alcy Araújo, Álvaro da Cunha, Aluízio Cunha e Ivo Torres, Arthur desenvolveu importantes projetos culturais. Figura na Antologia Modernos Poetas do Amapá, na enciclopédia Brasil e Brasileiros de Hoje, na Grande Enciclopédia da Amazônia e na Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica. Em 1993 publicou o livro de poesias “Sermão de Mágoa”. Alguns meses após sua morte a Associação Amapaense de Escritores fez o lançamento do livro de poemas e trovas “Cantigas do Meu Retiro”. Escreveu, em vida, “Sermões de Mágoa” (poesia)

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

GRUPO PILÃO, 43 ANOS DE AMOR À MÚSICA AMAPAENSE




O Grupo Pilão é um grupo musical pioneiro no uso e valorização da cultura regional do Amapá. Criado em Macapá em 26 de setembro de 1975, por ocasião da realização do 5º Festival da Canção Amapaense, na ocasião em que defendeu a música Geofobia, de Fernando Canto e Jorge Monteiro, usando um pilão como instrumento musical.



CORDEIRO GOMES, JORNALISTA E ESCRITOR



SE ESTIVESSE VIVO, FARIA HOJE (26/09/2018) 91 ANOS

Também conhecido pelo nome de Carlos Garibaldi,  com que assinava suas colunas. Carlos Cordeiro Gomes foi jornalista, cronista esportivo, desportista e poeta paraense, nascido na Vigia, que erradicou-se no Amapá até sua morte.         Em 11 de janeiro de 1969 tira o segundo lugar no I Festival Amapaense da Canção, com a letra “A Vida é um Vai-Vem”, musicada por Nonato Leal e interpretada por Humberto Moreira.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

MÃE LUZIA, PARTIU HÁ 64 ANOS

           Em 24 de setembro de 1954, morreu MÃE LUZIA (Francisca Luzia da Silva), considerada uma das primeiras parteiras de Macapá, da fase territorial. Filha de escravos, franzina, com poucos sorrisos, mas uma alma voltada para o bem à população que a amava muito, suas mãos receberam vários rebentos, ajudando gerações de famílias.



          Mãe Luzia nasceu em Macapá em  9    de  janeiro   de 1854, e faleceu em Macapá, aos 100 anos, em 24 de setembro de 1954. Foi homenageada, dando seu nome à Maternidade de Macapá, que passou a se chamar Hospital da Mulher Mãe Luzia. Passou a ser imortalizada através do poema de Álvaro da Cunha, que diz, numa das estrofes:

            “Mãe Luzia! Mãe preta e um coração
            Que através dos milagres de ternura
            Da mais rudimentar puericultura
            Foi o primeiro doutor da região”.

            Naquela época, as mãos e a experiência de Mãe Luzia trouxeram centenas de vida a este pedaço de Brasil. Ganhou o título de Mãe Luzia do coronel Coriolano Jucá, intendente (espécie de prefeito) de Macapá em 1895, que convidou-a para trabalhar como parteira, com remuneração de um salário, da Intendência de Macapá. A alcunha de “Mãe Luzia” foi dada, carinhosamente, por Coriolano.

            Também lavadeira, Mãe Luzia passava boa parte do dia curvada sobre a tina de água, nos coradouros, levantando varais de roupas e os pesados ferros de engomar. Morava no “Formigueiro”, localizado atrás da Igreja de São José, e sempre foi visitada pelas autoridades do Amapá, em busca de conselhos., entre elas o governador Janary Nunes.

            Em contrasta com a bata branca, sempre bem engomada, com a qual costumava sair, Mãe Luzia recebia os visitantes vestida nos costumes de seus ancestrais, com os seios expostos e sais rodadas. Inspirou artistas de todas as áreas, que em versos e telas eternizaram sua coragem e dedicação.

            Foi casada com Francisco Secundino da Silva, um jovem negro, também filho de escravos, que por força política de Mãe Luzia chegou aos postos de comandante da Guarda Nacional e vereador de Macapá.

            Faleceu aos 109 anos, em 24 de setembro de 1954, e foi sepultada em grande cortejo popular. Seu nome foi dado à antiga Maternidade de Macapá, inaugurada no dia 13 de setembro de 1953, pelo ex-governador Janary Nunes.



MARABAIXO: MAIS RESPEITO À NOSSA CULTURA

Mestres Julião Rams e Raimundo Ladislau O Marabaixo atualmente é a maior expressão cultural do nosso Estado, e em especial de nossa c...