“Mãe
Luzia! Mãe preta e um coração
Que
através dos milagres de ternura
Da
mais rudimentar puericultura
Foi
o primeiro doutor da região”.
Naquela
época, as mãos e a experiência de Mãe Luzia trouxeram centenas de vida a este
pedaço de Brasil. Ganhou o título de Mãe Luzia do coronel Coriolano Jucá,
intendente (espécie de prefeito) de Macapá em 1895, que convidou-a para
trabalhar como parteira, com remuneração de um salário, da Intendência de
Macapá. A alcunha de “Mãe Luzia” foi dada, carinhosamente, por Coriolano.
Também
lavadeira, Mãe Luzia passava boa parte do dia curvada sobre a tina de água, nos
coradouros, levantando varais de roupas e os pesados ferros de engomar. Morava
no “Formigueiro”, localizado atrás da Igreja de São José, e sempre foi visitada
pelas autoridades do Amapá, em busca de conselhos., entre elas o governador
Janary Nunes.
Em
contrasta com a bata branca, sempre bem engomada, com a qual costumava sair,
Mãe Luzia recebia os visitantes vestida nos costumes de seus ancestrais, com os
seios expostos e sais rodadas. Inspirou artistas de todas as áreas, que em
versos e telas eternizaram sua coragem e dedicação.
Foi
casada com Francisco Secundino da Silva, um jovem negro, também filho de
escravos, que por força política de Mãe Luzia chegou aos postos de comandante
da Guarda Nacional e vereador de Macapá.
Faleceu
aos 109 anos, em 24 de setembro de 1954, e foi sepultada em grande cortejo
popular. Seu nome foi dado à antiga Maternidade de Macapá, inaugurada no dia 13
de setembro de 1953, pelo ex-governador Janary Nunes.
Que linda homenagem.Poucos conhecem a história dessa mulher guerreira que na sua época já podia ser considerada empoderar.
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