CABO CASSIPORÉ
Foi
visto pela primeira vez, em 8 de abril de 1604, por La Ravardiére. Localiza-se
no extremo-norte de uma baixa lingua de terra que forma o pontal Este da barra
do rio Cassiporé, sendo visível cerca de 12 milhas. O livro ROTEIROS, da
Marinha de Guerra, faz uma descrição pormenorizada deste acidente geográfico.
Vejamos:
Do Cabo Orange até o cabo Cassiporé, a costa corre por cerca de
35 milhas na direção geral de SE; é baixa, parcialmente inundada e visivel até
oito milhas de distancia. Neste trecho, um alto-fundo delta da costa, atingindo
o seu máximo no paralelo do Cabo Orange, onde, a 14 milhas de distância, se
prumam 5,5 metros. O Cabo Cassiporé é o extremo NE de uma baixa lingua de terra
que forma o pontal Este da barra do rio Cassiporé é navegável, com conhecimento
do local até a povoação de Japa, situada cerca de 24 milhas da foz, por navios
que calem até dois metros; e até a cidade de Portel 36 milhas da foz, por
pequenas embarcações.
Do Cabo Cassiporé até a barra do rio
Cunani à costa, que é uma linha continua de navegação de mangue, corre por 60
milhas aproximadamente numa direção geral de Sul. Os montes Alhari, com cerca
de 400 metros de altitude, ficam situados a aproximadamente 27 milhas SE do
Cabo Cassiporé sendo visiveis ao largo com tempo claro, constituindo notável
marca para a navegação. (Marinha do Brasil, Roteiros , Rio, 1967)
CABO NORTE
Denominado
inicialmente de Cabo Raso ou Cabo Corso, foi descoberto, pela primeira vez,
pelo francês Fernan Froes em 1503.
A expressão Cabo Corso foi um apelido dos irmãos de
Froes, seus companheiros de navegação. (BRAGA, Theodoro. Apostilla de
Historia do Pará, 1913, Belém, Imprensa Oficial do Estado).
Forma
o extremo-norte do estuário do rio Amazonas. Do Cabo Orange até o Cabo Norte, a
Costa Norte corre por cerca de 185 milhas , numa direção SSE. É baixa e coberta
de vegetação de altura moderna, não podendo ser avistada no mar, de distâncias
superiores a 10 ou às vezes 12
milhas . Neste trecho da costa desagua grande número de
de rios, muitos dos quais são os desaguadouros de lagos ali existentes. A
violenta ação das águas desses dois rios juntamente com a do rio Amazonas,
produzem constantes alterações na costa.
CABO ORANGE
Em
março de 1500, de acordo com a “Capitulación” da viagem de Vicente Pinzón a
Granada (America Latina), este navegador teria chegado à região do Amapá entre
a foz do (futuro) rio Amazonas e o (futuro) Cabo Orange. A “Capitulación”,
assinada em 5 de setembro de 1501, torna publica a aventura acontecida no norte
do Brasil, pelo navegador espanhol. É o extremo-norte da costa do Amapá, que
forma o pontal Este da barra do Rio Oiapoqude.
Em
1596 o explorador inglês Lawrence Keymis, após chegar ao rio de Vicente Pinzón,
e ter denominado de Oiapoque, explora o estuário do Amazonas, chegando ao
futuro Cabo Orange. A esse acidente geográfico dá o nome de Cap Cecyll.
Em
28 de maio de 1664, o rei francês Luís XIV decreta que todas as companhias
americanas sejam fundidas na Compagnia des Indes Occidentales (Rio Branco III,
82). O capitão Lefebve de La Barre,
entao governador de Cayenne, volta à França após retimar a região em 15
de maio de 1664, e publica um livro com seus estudos sobre a Guiana. Entre
outras coisas, ele narra:
“...A Guiana Francesa – propriamente França Equinocial
– que contém cerca de 80 leguas francesas de costa, começa no Cabo Orange, que
é uma ponta de terra baixa que se lança no mar, e de que se tem conhecimento
por tres pequenas montanhas que se vê sobre elas, e que estã além do rio
Oiapoque, que se lança no mar sob este Cabo... se pode no rio Maroni limitar a
Guiana Francesa” (Rio Branco III, 83). Eram os limites fixados por
Richelieu.
Em
4 de março de 1677 o holandês Johannes Apprigiiu chega com 350 homens ao
Oiapoque, e funda uma feitoria com o nome de Orange (às proximidades do Cabo
Orange), no mesmo lugar onde existiu o Forte de Orange, do almirante Lucifer.
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