sexta-feira, 11 de agosto de 2017

CABOS GEOGRÁFICOS DO AMAPÁ

CABO CASSIPORÉ




Foi visto pela primeira vez, em 8 de abril de 1604, por La Ravardiére. Localiza-se no extremo-norte de uma baixa lingua de terra que forma o pontal Este da barra do rio Cassiporé, sendo visível cerca de 12 milhas. O livro ROTEIROS, da Marinha de Guerra, faz uma descrição pormenorizada deste acidente geográfico. Vejamos:

Do Cabo Orange até  o cabo Cassiporé, a costa corre por cerca de 35 milhas na direção geral de SE; é baixa, parcialmente inundada e visivel até oito milhas de distancia. Neste trecho, um alto-fundo delta da costa, atingindo o seu máximo no paralelo do Cabo Orange, onde, a 14 milhas de distância, se prumam 5,5 metros. O Cabo Cassiporé é o extremo NE de uma baixa lingua de terra que forma o pontal Este da barra do rio Cassiporé é navegável, com conhecimento do local até a povoação de Japa, situada cerca de 24 milhas da foz, por navios que calem até dois metros; e até a cidade de Portel 36 milhas da foz, por pequenas embarcações.

Do Cabo Cassiporé até a barra do rio Cunani à costa, que é uma linha continua de navegação de mangue, corre por 60 milhas aproximadamente numa direção geral de Sul. Os montes Alhari, com cerca de 400 metros de altitude, ficam situados a aproximadamente 27 milhas SE do Cabo Cassiporé sendo visiveis ao largo com tempo claro, constituindo notável marca para a navegação. (Marinha do Brasil, Roteiros , Rio, 1967)


 CABO NORTE


Denominado inicialmente de Cabo Raso ou Cabo Corso, foi descoberto, pela primeira vez, pelo francês Fernan Froes em 1503. A expressão Cabo Corso foi um apelido dos irmãos de Froes, seus companheiros de navegação. (BRAGA, Theodoro. Apostilla de Historia do Pará, 1913, Belém, Imprensa Oficial do Estado).
Forma o extremo-norte do estuário do rio Amazonas. Do Cabo Orange até o Cabo Norte, a Costa Norte corre por cerca de 185 milhas, numa direção SSE. É baixa e coberta de vegetação de altura moderna, não podendo ser avistada no mar, de distâncias superiores a 10 ou às vezes 12 milhas. Neste trecho da costa desagua grande número de de rios, muitos dos quais são os desaguadouros de lagos ali existentes. A violenta ação das águas desses dois rios juntamente com a do rio Amazonas, produzem constantes alterações na costa.


CABO ORANGE



Em março de 1500, de acordo com a “Capitulación” da viagem de Vicente Pinzón a Granada (America Latina), este navegador teria chegado à região do Amapá entre a foz do (futuro) rio Amazonas e o (futuro) Cabo Orange. A “Capitulación”, assinada em 5 de setembro de 1501, torna publica a aventura acontecida no norte do Brasil, pelo navegador espanhol. É o extremo-norte da costa do Amapá, que forma o pontal Este da barra do Rio Oiapoqude.

Em 1596 o explorador inglês Lawrence Keymis, após chegar ao rio de Vicente Pinzón, e ter denominado de Oiapoque, explora o estuário do Amazonas, chegando ao futuro Cabo Orange. A esse acidente geográfico dá o nome de Cap Cecyll.

Em 28 de maio de 1664, o rei francês Luís XIV decreta que todas as companhias americanas sejam fundidas na Compagnia des Indes Occidentales (Rio Branco III, 82). O capitão Lefebve de La Barre,  entao governador de Cayenne, volta à França após retimar a região em 15 de maio de 1664, e publica um livro com seus estudos sobre a Guiana. Entre outras coisas, ele narra:

“...A Guiana Francesa – propriamente França Equinocial – que contém cerca de 80 leguas francesas de costa, começa no Cabo Orange, que é uma ponta de terra baixa que se lança no mar, e de que se tem conhecimento por tres pequenas montanhas que se vê sobre elas, e que estã além do rio Oiapoque, que se lança no mar sob este Cabo... se pode no rio Maroni limitar a Guiana Francesa” (Rio Branco III, 83). Eram os limites fixados por Richelieu.


Em 4 de março de 1677 o holandês Johannes Apprigiiu chega com 350 homens ao Oiapoque, e funda uma feitoria com o nome de Orange (às proximidades do Cabo Orange), no mesmo lugar onde existiu o Forte de Orange, do almirante Lucifer.

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